quinta-feira, 12 de novembro de 2015

ONU prevê que fluxo de refugiados na Europa chegará a 1 milhão em 2015



       GENEBRA, Suíça (Reuters) - Refugiados e imigrantes provavelmente continuarão chegando à Europa em um ritmo de 5.000 pessoas por dia através da Turquia no inverno, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira, o que significa que mais de 1 milhão de pessoas fugirão para o continente neste ano.
       Cerca de 760.000 pessoas já cruzaram o mar Mediterrâneo em 2015, principalmente em direção à Grécia e à Itália, depois de fugir de guerras na Síria, Afeganistão e no Iraque, bem como de conflitos na África.
       "Nós precisamos nos preparar para a possibilidade de até 5.000 continuarem chegando todos os dias a partir de agora até fevereiro do ano que vem. Se esse for o caso, estamos considerando que mais de 600.000 refugiados e imigrantes chegarão à Europa entre novembro deste ano e fevereiro do próximo ano", disse o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), William Spindler, à Reuters TV.
       "Essa situação vai colocar o número em mais de um milhão neste ano."
      Em 2014, 216.000 pessoas chegaram à Europa pelo mar em busca de asilo, um número que corresponde apenas à quantidade de pessoas que chegaram ao continente em outubro deste ano.
       "Se não tomarmos as medidas necessárias, tememos que mais pessoas vão morrer por causa das duras condições do inverno na Europa. Nós já vimos uma série de naufrágios na costa da Grécia e temos medo de que as pessoas possam também morrer no caminho entre a Grécia e do centro e norte da Europa", disse Spindler.
        Mais de 3.400 imigrantes morreram tentando chegar à Europa neste ano pelo mar.
(Reportagem de Stephanie Nebehay)



Fonte: © Thomson Reuters 2015 All rights reserved.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Convocatória



Convocatória:



MENOS REFUGIADOS. MAIS ARTE. 

RefugeeArt


1. TEMA: RefugeeArt


2. Data limite para envio: 20 de fevereiro de 2016


3. TAMANHO: 15 x 21cm


4. TÉCNICAS: todas técnicas serão aceitas: técnica mista, colagem, pintura, desenho, texto/poesia, impressão original, fotografia, arte digital. Só não serão aceitos fotocópias e vídeos.


5. Máximo de 3 trabalhos por pessoa


6. O trabalho de arte postal deverá ser enviado através do correio regular, os envelopes podem fazer parte da peça de arte.


Todos os trabalhos deverão ser enviados para:
Luzia Castañeda Rua Cássia 255, Campinas, SP, Brasil13085-140

7. Sem seleção, todos os trabalhos serão exibidos.
(o organizador apenas reserve o direito de recusar qualquer material julgado inadequado para exibição devido ao conteúdo violento e ofensivo).


8. As peças de arte não serão retornadas.

9. O organizador reserve o direito de fotografar e imprimir as fotografias dos trabalhos e publicá-los em locais públicos, em sites e usá-los em material de divulgação. O nome do autor do trabalho será destacado.

10. As artes postais serão expostas em exibições itinerantes nos EUA e no Brasil.

11. Todos os trabalhos serão publicados em no blog RefugeeArt.

12. Informações dos artistas (escrever de modo claro)

  • Nome e sobrenome 
  • País 
  • Título do trabalho 
  • Técnica 
  • E-mail 
  • Website









segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Reflexão sobre a Crise Humanitária

Reflexão escrita por Flavio Azm Rassekh:



"Conversei ontem com meu cunhado que mora em Budapest na Hungria há mais de 23 anos, ele e a minha sobrinha mais nova (adolescente de 14 anos) foram essa semana ajudar algumas famílias de refugiados para tentar dar sua pequena contribuição em meio a essa crise humanitária sem precedentes. 

O papo de ontem e as últimas notícias de hoje, fechamento da fronteira Húngara e o consequente novo deslocamento dos refugiados para a Croácia, me fizeram refletir novamente sobre alguns pontos que gostaria de compartilhar aqui (me perdoem o post longo):

1. O sentido da ONU no Sec XXI ("Responsabilidade de Proteger" http://www.un.org/…/pre…/rwanda/about/bgresponsibility.shtml)

2. A motivação da criação da União Européia e o futuro do continente.

3. A forma como lidamos com questões de desigualdade e segurança no nosso dia a dia aqui no Brasil.

1. Em relação ao primeiro ponto, para mim está claro que depois dos genocídios de Rwanda e da Bósnia (citando os últimos apenas) a ONU e a comunidade internacional ainda não perceberam que a responsabilidade de proteger populações civis massacradas em meio a um conflito armado não só são urgentes pelo aspecto humanitário mas são emergenciais por conta do equilíbrio de toda a região onde estão localizadas. Deslocamentos humanos nessas proporções podem paralisar cidades e países inteiros. 

Me parece muito estranho não discutirmos abertamente a necessidade da ONU intervir na raiz do problema ao invés de assumir que milhões de pessoas terão que inevitavelmente abandonar seus países para caminhar a pé por semanas rumo a Europa. De forma alguma estou desprezando nesse breve comentário os interesses de países que tem lucrado com o conflito ou aqueles que tem interesses na perpetuação da guerra.

2. O conceito de "Ilha da Fantasia" sobre o qual a União Européia foi construída finalmente caiu por terra. Não existe uma zona fechada de bem estar, desenvolvimento humano e prosperidade enquanto vizinhos vivem em meio a pobreza abjeta, genocídio e fanatismo religioso. Da mesma forma que a agua dos rios e o ar que respiramos não respeitam fronteiras eventualmente a tragédia que acontece do outro lado do muro vai chegar até quem vive desse lado. O conceito de "nós e eles" não se sustenta mais no continente europeu, aos poucos as pessoas estão se dando conta disso. A necessidade de falar do conceito da unidade na diversidade e da interdependência entre todos os povos e nações do mundo se coloca novamente com urgência.

Pra piorar as coisas centenas de milhares de Africanos estão do outro lado do mar a espera da próxima oportunidade de fazer o que os Sírios, iraquianos e afegãos fazem hj. É só uma questão de tempo.

3. Aqui no Brasil por conta da violência (56 mil mortes por ano, um recorde mundial) desenvolvemos uma solução tupiniquim muito parecida. Nos últimos 30 anos passamos a construir pequenas comunidades muradas onde vivemos cercados por paredes altas e arame farpado (+ segurança privada) imaginando que estaremos salvos das hordas de "selvagens" armados que estão prontos para nos atacar. Se houver a possibilidade de blindar o nosso automóvel faremos isso para ampliar ainda mais a nossa sensação de segurança (entendo perfeitamente a motivação de quem faz isso e tenta proteger a si mesmo e a família). Vivo em um espaço desses.

Assumindo o que acontece na Europa hoje, será que não teremos um desfecho parecido em algum momento do futuro aqui? Qual seria a solução mais coerente, do ponto de vista individual, para transformar a nossa realidade? O que podemos aprender com isso? Quais são os novos modelos de governança que poderiam ser testados aqui? Como o nosso modelo educacional contribui para essa situação?

Não é novidade que o tecido social no Brasil se esgarçou novamente, que as nossas instituições e seus representantes, sejam da esquerda ou direita, salvo por nobres excessões, perderam ainda mais a credibilidade perante a população. O que mais estamos esperando que aconteça?

Por último, temos clareza que enfiar a cabeça em um buraco como um avestruz (ou em um shopping center) não vai fazer o problema desaparecer por um toque de mágica. 

Também não vale se mudar pra Miami. A Florida também tem vizinhos apesar de estar cercada de agua. Se o problema é realmente sistêmico (como acredito) não há pra onde fugir, precisamos encarar a situação e nos dedicarmos a transformação do nosso caráter e das nossas comunidades."




Fonte: https://www.facebook.com/flavio.rassekh/posts/10156051384780716